segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Adeus de Teresa






A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta
a correnteza,
A valsa nos levou nos giros
seus...
E amamos juntos... E depois
na sala
"Adeus" eu disse-lhe
a tremer co'a fala...
E ela, corando, murmurou-me: "adeus."
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"
Passaram tempos... sec'los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — "Voltarei!... descansa!...
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"




Fonte: www.dominiopublico.gov.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/castro-alves/o-adeus-de-teresa.php


Autor: Castro  Alves

domingo, 11 de setembro de 2011

Canção do Africano

Castro Alves

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...
"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!


Fonte: www.secrel.com.br
Link:http://www.portalsaofran...-canção-do-africano.php#

Canção do Africano

Castro Alves

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...
"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!


Fonte: www.secrel.com.br
 link:http://www.portalsaofran...-canção-do-africano.php#

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Muito Barulho Por Nada


No livro Muito Barulho por Nada, o Príncipe Dom Pedro juntamente com seu irmão o maldoso Don João e seus nobres Cláudio e Benedito regressam da guerra para a vila de Messina, prontos para diversão e amor. Claudio ama Hero, a jovem e doce filha do nobre Leonato, mas Benedito por sua vez, detesta Beatriz a sobrinha espirituosa de Leonato que tem uma língua afiadíssima e que odeia Benedito. Conforme Cláudio e Hero se prepararam para o seu casamento, eles decidem com a ajuda de Don Pedro, enganar Benedito e Beatriz, fazendo com que confessem seu amor um ao outro. O plano funciona bem, até que Don João que tem inveja do poder de seu irmão e de sua afeição por Claudio arma uma cena com um de seus tenentes, onde ele deveria levar uma das damas de compania de Hero, Margarida até a janela da jovem antes do casamento. Don João leva Don Pedro e Claudio para a casa de Leonato, onde eles vêem o encontro da dama  de compania com o tenente e estão convencidos de que a mulher na janela é Hero. No dia seguinte, Claudio humilha Hero publicamente no casamento e a rejeita. Ela desmaia e Leonato é convenido pelo frade a fingir que ela está morta até que a situação se resolva. O insensato vigilante Dogberry gerencia a detenção onde os tenentes de Don João foram presos e confessam toda a verdade. Claudio fica devastado ao saber que matou (humilhou-a em público no dia de seu casamento, era mais ou menos a mesma coisa, morte social) Hero com falsas acusações. Ele implora a Leonato que o puna, e Leonato diz a ele sua punição é para casar com sua outra sobrinha (sem ser Beatriz), que é quase uma cópia da sua falecida filha Hero. Claudio concorda, mas primeiramente passa a noite em luto velando por Hero e declara a todos sua inocência. Don João escapa de Messina. Na manhã seguinte, Claudio vai se casar em segredo com a misteriosa prima de sua amada Hero, e quando remove o véu descobre que ela é na verdade Hero. Eles ficam muito felizes, mas Beatriz e Benedito quase se separam ao descobrirem que eles foram enganados para que confessassem seus sentimentos um ao outro. No final, quando está tudo resolvido, Don João é preso e trazido de volta para enfrentar seu castigo,  Benedito e Beatriz se casam.

 OBS: Esse livro conta uma comédia na qual tem danças, festas de mascarados, cerimônia de casamento, príncipes e condes, damas nobres e damas de compania, tramas , calúnias, desafios para duelo, confrontos verbais, cerimônia fúnebre, e até morte e fuga  que se revertem, tem dores e amores, e há também o vilão de história vingativo e cheio de ódio, ou seja é SHAKSPEARE.

 

Link: ( http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/shakespeare/muito_barulho_por_nada.htm)